Gosto muito de música (de música de verdade!) e sempre
fiquei fascinado ao ver orquestras, bandas, corais e grupos interpretarem com
tamanha harmonia.
Mas confesso que ver um grande
coro não acontece todos os dias. Cerca de 500 cantores (80 crianças) e uns
50 instrumentistas juntos fazendo a mesma música. Que lindo, que fantástico!
500 vozes e 50 instrumentos unidos interpretando a mesma musica com harmonia
sem igual.
Claro que essa harmonia não surgiu do acaso. Mesmo o bumbo,
com seu “big boom” não é capaz de
levar todos à beleza e perfeição que elevam nossas mentes. Como não é sempre
que posso ouvir o grande coro se apresentar (e não é sempre que ele se
apresenta também) decidimos chegar mais cedo e ouvir também o ensaio. Que
desastre! Não sei se havia dois instrumentistas tocando a mesma coisa, mas acho
que não. Cada um ia numa direção. Cada um tocava sua predileção enquanto o
maestro corria atrás dos últimos detalhes antes da apresentação. A essa altura
do ensaio eu já estava preocupado. Tudo o que conheço de regência são os binários,
ternários e quaternários, e todo esse conhecimento não serviria com uma
orquestra e banda (sim, juntos) desarmoniosa como aquela!
Felizmente, eu não era o regente! O regente tinha um pouco
mais de 1,50m, mas isso não queria dizer nada. No meio da bagunça, enquanto
cada um fazia uma coisa, aquele pequeno homem de cabelos brancos vai até o
centro quase que de maneira imperceptível, pega a batuta e quando a levanta as
500 vozes se calam, os 50 instrumentos silenciam, todos atentos ao mover da
ferramenta do regente.
O que veio em seguida foi toda a harmonia celestial que
estava descrevendo no inicio de meu texto. Foi fantástico! Corais, grupos e
conjuntos unidos, orquestra e banda tocando juntos, todos atentos aos
movimentos do regente.
Quando vi o ensaio pensei: será que tem conserto pra todos
esses desentoados? Mas agora eu mal conseguia pensar, pois o concerto estava
maravilhoso. Que diferença fez naquela apresentação os ora enfáticos, ora
suaves movimentos do regente. Um grupo sem harmonia se transformou num grande
coro. A bagunça se transforma em paz. O barulho se torna música. Não há como
descrever a obra do maestro.
Tenho ouvido muitos ensaios no dia a dia. Pequenas e grandes
bandas que não conseguem encontrar um ponto em comum. Instrumentistas e músicos
que não conseguem cantar a mesma musica no mesmo tom. O barulho de vidas que
não tem direção nem sabem para onde querem ir. É triste ouvir esses ensaios. Os
instrumentistas parecem saber tocar, os músicos parecem saber cantar, mas nada
dá certo. Parece que falta algo na grande banda da vida.
São sinos que tocam com força, são ouvidas por todos, mas
não tem harmonia. Violinos que tocam com classe, mas sem direção. O único
piano, mal é ouvido em meio a tanto barulho. Sim, falta algo! Falta Alguém!
Claro, o Maestro. Quando chega o Maestro, por vezes sem ser notado, o som muda,
a música começa a acontecer, o concerto é consertado, a harmonia acontece e a
melodia se torna clara. Ao mover da
batuta do Mestre, em movimentos ora mais enfáticos, ora mais suaves, a musica
da vida vai tomando forma e se tornando bela. A bagunça vai embora.
“Sem Mim” – diz o Maestro – “vocês não podem fazer nada” (João
15:5, BV). Sem Mim, não há harmonia, sem Mim tudo vira bagunça, sem Mim ninguém
entende nada. Mas COMIGO, sim COMIGO regendo sua vida se torna linda. Sua vida
se torna bela e apreciada por todos.
Que tal deixa-lo reger sua canção?
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