domingo, 30 de setembro de 2012

Conserto o Concerto


Gosto muito de música (de música de verdade!) e sempre fiquei fascinado ao ver orquestras, bandas, corais e grupos interpretarem com tamanha harmonia.
Mas confesso que ver um grande coro não acontece todos os dias. Cerca de 500 cantores (80 crianças) e uns 50 instrumentistas juntos fazendo a mesma música. Que lindo, que fantástico! 500 vozes e 50 instrumentos unidos interpretando a mesma musica com harmonia sem igual.
Claro que essa harmonia não surgiu do acaso. Mesmo o bumbo, com seu “big boom” não é capaz de levar todos à beleza e perfeição que elevam nossas mentes. Como não é sempre que posso ouvir o grande coro se apresentar (e não é sempre que ele se apresenta também) decidimos chegar mais cedo e ouvir também o ensaio. Que desastre! Não sei se havia dois instrumentistas tocando a mesma coisa, mas acho que não. Cada um ia numa direção. Cada um tocava sua predileção enquanto o maestro corria atrás dos últimos detalhes antes da apresentação. A essa altura do ensaio eu já estava preocupado. Tudo o que conheço de regência são os binários, ternários e quaternários, e todo esse conhecimento não serviria com uma orquestra e banda (sim, juntos) desarmoniosa como aquela!
Felizmente, eu não era o regente! O regente tinha um pouco mais de 1,50m, mas isso não queria dizer nada. No meio da bagunça, enquanto cada um fazia uma coisa, aquele pequeno homem de cabelos brancos vai até o centro quase que de maneira imperceptível, pega a batuta e quando a levanta as 500 vozes se calam, os 50 instrumentos silenciam, todos atentos ao mover da ferramenta do regente.
O que veio em seguida foi toda a harmonia celestial que estava descrevendo no inicio de meu texto. Foi fantástico! Corais, grupos e conjuntos unidos, orquestra e banda tocando juntos, todos atentos aos movimentos do regente.
Quando vi o ensaio pensei: será que tem conserto pra todos esses desentoados? Mas agora eu mal conseguia pensar, pois o concerto estava maravilhoso. Que diferença fez naquela apresentação os ora enfáticos, ora suaves movimentos do regente. Um grupo sem harmonia se transformou num grande coro. A bagunça se transforma em paz. O barulho se torna música. Não há como descrever a obra do maestro.
Tenho ouvido muitos ensaios no dia a dia. Pequenas e grandes bandas que não conseguem encontrar um ponto em comum. Instrumentistas e músicos que não conseguem cantar a mesma musica no mesmo tom. O barulho de vidas que não tem direção nem sabem para onde querem ir. É triste ouvir esses ensaios. Os instrumentistas parecem saber tocar, os músicos parecem saber cantar, mas nada dá certo. Parece que falta algo na grande banda da vida.
São sinos que tocam com força, são ouvidas por todos, mas não tem harmonia. Violinos que tocam com classe, mas sem direção. O único piano, mal é ouvido em meio a tanto barulho. Sim, falta algo! Falta Alguém! Claro, o Maestro. Quando chega o Maestro, por vezes sem ser notado, o som muda, a música começa a acontecer, o concerto é consertado, a harmonia acontece e a melodia se torna clara.  Ao mover da batuta do Mestre, em movimentos ora mais enfáticos, ora mais suaves, a musica da vida vai tomando forma e se tornando bela. A bagunça vai embora.
“Sem Mim” – diz o Maestro – “vocês não podem fazer nada” (João 15:5, BV). Sem Mim, não há harmonia, sem Mim tudo vira bagunça, sem Mim ninguém entende nada. Mas COMIGO, sim COMIGO regendo sua vida se torna linda. Sua vida se torna bela e apreciada por todos.

Que tal deixa-lo reger sua canção?

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